sexta-feira, 12 de julho de 2013

86 DEPUTADOS QUE PREFEREM OS ESTADOS UNIDOS AO BRASIL

86 deputados foram contra o repúdio à espionagem dos EUA. Confira abaixo
Segue abaixo a relação do voto dos deputados à moção de repúdio, apresentada pelo Deputado José Guimarães, à espionagem norte-americana. Leia o texto e veja quais são os 86 parlamentares que prezam tão pouco o seu país e o direito dos brasileiros à inviolabilidade de suas comunicações telefônicas e telegráficas.
MOÇÃO DE REPÚDIO
Nós, parlamentares da Câmara dos Deputados da República Federativa do Brasil, MANIFESTAMOS:
O nosso repúdio à espionagem e o monitoramento de bilhões de e-mails, telefonemas e dados de empresas e cidadãos brasileiros, bem como do governo do Brasil, supostamente realizados por agências de inteligência dos Estados Unidos da América, que violam direitos de empresas e cidadãos brasileiros e atentam contra a soberania nacional.
Ao mesmo tempo, externamos o nosso apoio às iniciativas do Estado brasileiro, que pretende levar este
grave caso à consideração da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Internacional das Telecomunicações (UIT).
Declaramos, ademais, nossa concordância com as iniciativas destinadas a criar uma agência multilateral, no âmbito do sistema das Nações Unidas, para gerir e regulamentar a rede mundial de computadores, poderoso instrumento de uso compartilhado da humanidade.
Por último, externamos a nossa apreensão com a segurança do cidadão norte-americano Edward Snowden, que está refugiado, há dias, no aeroporto de Moscou.

Parlamentar UF Voto
 DEM
Abelardo Lupion PR Não
Alexandre Leite SP Não
Augusto Coutinho PE Não
Claudio Cajado BA Não
Davi Alcolumbre AP Não
Eli Correa Filho SP Não
Fábio Souto BA Sim
Jairo Ataíde MG Não
Jorge Tadeu Mudalen SP Não
Júlio Campos MT Não
Luiz de Deus BA Não
Major Fábio PB Sim
Mandetta MS Não
Mendonça Filho PE Não
Mendonça Prado SE Sim
Onyx Lorenzoni RS Não
Paulo Cesar Quartiero RR Não
Professora Dorinha Seabra Rezende TO Sim
Rodrigo Maia RJ Não
Ronaldo Caiado GO Não
Total DEM: 20

PCdoB
Alice Portugal BA Sim
Chico Lopes CE Sim
Daniel Almeida BA Sim
Delegado Protógenes SP Sim
Evandro Milhomen AP Sim
Jandira Feghali RJ Sim
Jô Moraes MG Sim
Luciana Santos PE Sim
Manuela D`Ávila RS Sim
Osmar Júnior PI Sim
Perpétua Almeida AC Sim
Total PCdoB: 11

PDT
André Figueiredo CE Sim
Ângelo Agnolin TO Sim
Damião Feliciano PB Sim
Dr. Jorge Silva ES Sim
Enio Bacci RS Sim
Félix Mendonça Júnior BA Sim
Flávia Morais GO Sim
Giovani Cherini RS Sim
Giovanni Queiroz PA Sim
João Dado SP Sim
Manato ES Sim
Marcelo Matos RJ Sim
Marcos Medrado BA Sim
Marcos Rogério RO Sim
Mário Heringer MG Sim
Miro Teixeira RJ Sim
Oziel Oliveira BA Sim
Paulo Rubem Santiago PE Sim
Reguffe DF Sim
Salvador Zimbaldi SP Sim
Sueli Vidigal ES Sim
Vieira da Cunha RS Sim
Weverton Rocha MA Sim
Wolney Queiroz PE Sim
Total PDT: 24

PEN
Fernando Francischini PR Sim
Nilmar Ruiz TO Sim
Total PEN: 2

PHS
José Humberto MG Sim
Total PHS: 1

PMDB
Adrian RJ Sim
Akira Otsubo MS Sim
Alberto Filho MA Sim
Alceu Moreira RS Sim
Alexandre Santos RJ Sim
André Zacharow PR Sim
Aníbal Gomes CE Obstrução
Arthur Oliveira Maia BA Sim
Asdrubal Bentes PA Sim
Benjamin Maranhão PB Sim
Camilo Cola ES Sim
Celso Jacob RJ Sim
Celso Maldaner SC Sim
Darcísio Perondi RS Não
Edinho Araújo SP Sim
Edinho Bez SC Sim
Edio Lopes RR Não
Eduardo Cunha RJ Sim
Elcione Barbalho PA Sim
Fabio Reis SE Sim
Fabio Trad MS Sim
Fátima Pelaes AP Sim
Fernando Jordão RJ Não
Flaviano Melo AC Sim
Gabriel Chalita SP Sim
Genecias Noronha CE Sim
Henrique Eduardo Alves RN Art. 17
Hermes Parcianello PR Sim
Íris de Araújo GO Sim
João Arruda PR Sim
João Magalhães MG Sim
Júnior Coimbra TO Sim
Leandro Vilela GO Sim
Leonardo Quintão MG Sim
Lucio Vieira Lima BA Não
Luiz Pitiman DF Sim
Manoel Junior PB Sim
Marçal Filho MS Não
Marcelo Almeida PR Não
Marcelo Castro PI Sim
Marinha Raupp RO Sim
Mário Feitoza CE Sim
Marllos Sampaio PI Sim
Mauro Benevides CE Sim
Mauro Mariani SC Não
Nilda Gondim PB Sim
Odílio Balbinotti PR Sim
Osmar Serraglio PR Sim
Osmar Terra RS Não
Osvaldo Reis TO Sim
Pedro Chaves GO Sim
Pedro Novais MA Sim
Professor Setimo MA Sim
Raul Henry PE Sim
Renan Filho AL Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Ronaldo Benedet SC Sim
Rose de Freitas ES Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Silas Brasileiro MG Não
Valdir Colatto SC Não
Washington Reis RJ Sim
Wilson Filho PB Sim
Wladimir Costa PA Não
Total PMDB: 64
PMN
Dr. Carlos Alberto RJ Sim
Francisco Tenório AL Não
Jaqueline Roriz DF Não
Total PMN: 3
PP
Afonso Hamm RS Sim
Arthur Lira AL Não
Beto Mansur SP Sim
Dilceu Sperafico PR Não
Esperidião Amin SC Não
Gladson Cameli AC Sim
Iracema Portella PI Não
Jair Bolsonaro RJ Não
Jerônimo Goergen RS Não
João Leão BA Sim
José Linhares CE Sim
Lázaro Botelho TO Não
Luis Carlos Heinze RS Não
Luiz Fernando Faria MG Não
Missionário José Olimpio SP Não
Nelson Meurer PR Sim
Renato Andrade MG Não
Renzo Braz MG Não
Roberto Balestra GO Não
Roberto Britto BA Não
Roberto Teixeira PE Não
Sandes Júnior GO Não
Vilson Covatti RS Não
Waldir Maranhão MA Sim
Total PP: 24

PPS
Arnaldo Jordy PA Sim
Augusto Carvalho DF Sim
Carmen Zanotto SC Sim
Humberto Souto MG Sim
Roberto Freire SP Sim
Rubens Bueno PR Sim
Sandro Alex PR Sim
Simplício Araújo MA Sim
Stepan Nercessian RJ Sim
Total PPS: 9

PR
Aelton Freitas MG Sim
Anderson Ferreira PE Sim
Anthony Garotinho RJ Sim
Aracely de Paula MG Sim
Bernardo Santana de Vasconcellos MG Não
Davi Alves Silva Júnior MA Sim
Francisco Floriano RJ Sim
Giacobo PR Sim
Goiaciara Cruz TO Sim
Gorete Pereira CE Sim
Henrique Oliveira AM Não
Jaime Martins MG Sim
Jorginho Mello SC Sim
Lincoln Portela MG Sim
Lúcio Vale PA Sim
Manuel Rosa Neca RJ Sim
Maurício Quintella Lessa AL Não
Milton Monti SP Sim
Paulo Feijó RJ Sim
Paulo Freire SP Não
Tiririca SP Sim
Vicente Arruda CE Abstenção
Wellington Roberto PB Sim
Zoinho RJ Sim
Total PR: 24
PRB
Acelino Popó BA Sim
Antonio Bulhões SP Sim
Cleber Verde MA Sim
Jhonatan de Jesus RR Sim
Márcio Marinho BA Sim
Oliveira Filho PR Sim
Otoniel Lima SP Sim
Vilalba PE Sim
Vitor Paulo RJ Sim
Total PRB: 9
PRP
Chico das Verduras RR Sim
Jânio Natal BA Não
Total PRP: 2
PSB
Alexandre Roso RS Sim
Antonio Balhmann CE Sim
Ariosto Holanda CE Sim
Beto Albuquerque RS Sim
Edson Silva CE Sim
Fernando Coelho Filho PE Abstenção
Givaldo Carimbão AL Sim
Glauber Braga RJ Sim
Isaias Silvestre MG Sim
Janete Capiberibe AP Sim
Jose Stédile RS Sim
Júlio Delgado MG Não
Keiko Ota SP Sim
Leopoldo Meyer PR Sim
Luiza Erundina SP Sim
Márcio França SP Sim
Pastor Eurico PE Sim
Paulo Foletto ES Não
Romário RJ Sim
Severino Ninho PE Sim
Valadares Filho SE Sim
Total PSB: 21
PSC
Andre Moura SE Não
Costa Ferreira MA Não
Deley RJ Não
Hugo Leal RJ Sim
Lauriete ES Não
Nelson Padovani PR Não
Pastor Marco Feliciano SP Não
Professor Sérgio de Oliveira PR Sim
Takayama PR Não
Zequinha Marinho PA Não
Total PSC: 10
PSD
Ademir Camilo MG Não
Armando Vergílio GO Sim
Arolde de Oliveira RJ Não
Átila Lins AM Não
Carlos Souza AM Não
César Halum TO Não
Danrlei De Deus Hinterholz RS Não
Diego Andrade MG Sim
Dr. Paulo César RJ Sim
Edson Pimenta BA Sim
Eduardo Sciarra PR Não
Eleuses Paiva SP Não
Felipe Bornier RJ Sim
Fernando Torres BA Não
Geraldo Thadeu MG Sim
Guilherme Campos SP Não
Hélio Santos MA Não
Hugo Napoleão PI Não
Jefferson Campos SP Não
João Lyra AL Não
José Carlos Araújo BA Não
Júlio Cesar PI Não
Liliam Sá RJ Sim
Manoel Salviano CE Não
Marcos Montes MG Sim
Onofre Santo Agostini SC Não
Paulo Magalhães BA Sim
Pedro Guerra PR Sim
Ricardo Izar SP Sim
Roberto Santiago SP Sim
Sergio Zveiter RJ Não
Walter Ihoshi SP Não
Total PSD: 32
PSDB
Alexandre Toledo AL Sim
Alfredo Kaefer PR Não
Andreia Zito RJ Abstenção
Antonio Carlos Mendes Thame SP Abstenção
Antonio Imbassahy BA Abstenção
Bonifácio de Andrada MG Sim
Bruna Furlan SP Sim
Carlos Brandão MA Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Duarte Nogueira SP Abstenção
Dudimar Paxiuba PA Sim
Eduardo Azeredo MG Abstenção
Eduardo Barbosa MG Sim
Emanuel Fernandes SP Sim
Izalci DF Sim
João Campos GO Sim
Jutahy Junior BA Abstenção
Luiz Carlos AP Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Mara Gabrilli SP Sim
Marcio Bittar AC Sim
Marco Tebaldi SC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Nelson Marchezan Junior RS Abstenção
Nilson Leitão MT Abstenção
Nilson Pinto PA Sim
Otavio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Pinto Itamaraty MA Sim
Plínio Valério AM Não
Raimundo Gomes de Matos CE Sim
Reinaldo Azambuja MS Não
Rodrigo de Castro MG Sim
Ruy Carneiro PB Sim
Urzeni Rocha RR Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Vaz de Lima SP Abstenção
Wandenkolk Gonçalves PA Sim
William Dib SP Abstenção
Total PSDB: 39
PSL
Dr. Grilo MG Sim
Total PSL: 1
PSOL
Chico Alencar RJ Sim
Ivan Valente SP Sim
Total PSOL: 2
PT
Afonso Florence BA Sim
Alessandro Molon RJ Sim
Amauri Teixeira BA Sim
Andre Vargas PR Sim
Anselmo de Jesus RO Sim
Arlindo Chinaglia SP Sim
Artur Bruno CE Sim
Assis Carvalho PI Sim
Assis do Couto PR Sim
Benedita da Silva RJ Sim
Beto Faro PA Sim
Biffi MS Sim
Bohn Gass RS Sim
Cândido Vaccarezza SP Sim
Carlos Zarattini SP Sim
Cláudio Puty PA Sim
Dalva Figueiredo AP Sim
Devanir Ribeiro SP Sim
Dr. Rosinha PR Sim
Fernando Ferro PE Sim
Fernando Marroni RS Sim
Francisco Chagas SP Sim
Francisco Praciano AM Sim
Gabriel Guimarães MG Sim
Geraldo Simões BA Sim
Henrique Fontana RS Sim
Iara Bernardi SP Sim
Iriny Lopes ES Sim
Janete Rocha Pietá SP Sim
João Paulo Lima PE Sim
Jorge Bittar RJ Sim
José Genoíno SP Sim
José Guimarães CE Sim
Josias Gomes BA Sim
Leonardo Monteiro MG Sim
Luci Choinacki SC Sim
Luiz Alberto BA Sim
Luiz Couto PB Sim
Luiz Sérgio RJ Sim
Márcio Macêdo SE Sim
Marco Maia RS Sim
Marcon RS Sim
Margarida Salomão MG Sim
Nazareno Fonteles PI Sim
Nelson Pellegrino BA Sim
Newton Lima SP Sim
Nilmário Miranda MG Sim
Odair Cunha MG Sim
Padre João MG Sim
Padre Ton RO Sim
Paulão AL Sim
Paulo Ferreira RS Sim
Paulo Pimenta RS Sim
Paulo Teixeira SP Sim
Pedro Eugênio PE Sim
Pedro Uczai SC Sim
Policarpo DF Sim
Reginaldo Lopes MG Sim
Ricardo Berzoini SP Sim
Rogério Carvalho SE Sim
Sibá Machado AC Sim
Taumaturgo Lima AC Sim
Valmir Assunção BA Sim
Vander Loubet MS Sim
Vanderlei Siraque SP Sim
Vicente Candido SP Sim
Vicentinho SP Sim
Weliton Prado MG Sim
Zé Geraldo PA Sim
Zezéu Ribeiro BA Sim
Total PT: 70
PTB
Alex Canziani PR Sim
Antonio Brito BA Sim
Arnaldo Faria de Sá SP Não
Arnon Bezerra CE Sim
José Augusto Maia PE Sim
Josué Bengtson PA Sim
Jovair Arantes GO Sim
Magda Mofatto GO Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Nilton Capixaba RO Sim
Ronaldo Nogueira RS Sim
Sérgio Moraes RS Não
Silvio Costa PE Sim
Total PTB: 13
PTdoB
Lourival Mendes MA Sim
Luis Tibé MG Sim
Total PTdoB: 2
PV
Alfredo Sirkis RJ Sim
Antônio Roberto MG Sim
Eurico Júnior RJ Sim
Fábio Ramalho MG Sim
Henrique Afonso AC Sim
Penna SP Sim
Roberto de Lucena SP Sim
Rosane Ferreira PR Sim
Total PV: 8
Fonte: www.pragmatismopolítico.com.br

quarta-feira, 10 de julho de 2013

FEDERALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) voltou a defender a federalização da educação básica como forma de dar início a uma revolução no sistema educacional brasileiro. O senador afirmou que, sem o envolvimento da União no processo, será impossível acabar com as desigualdades do sistema de ensino por todo o País. A proposta, relatou Cristovam, foi debatida em audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Do encontro participaram o filósofo Dermeval Saviani e o representante da União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime), professor Luiz Walter.

O senador disse ter visto inúmeros candidatos à prefeitura nas eleições deste ano afirmando ser a educação uma prioridade de seu governo. Mas ressaltou que esses prefeitos terão dificuldade de concretizar suas propostas de melhorias nas escolas municipais por falta de recursos, principalmente. Um reajuste salarial para os professores, por exemplo, é difícil para boa parte dos municípios brasileiros. A solução apontada por Cristovam para melhorar e igualar a qualidade da educação brasileira é tratar a educação como uma questão “do Brasil” e não dos municípios e estados.

A federalização sugerida pelo senador consiste em duas ações. A primeira é criar uma carreira nacional do magistério, adotando, por exemplo, o que já existe entre professores de escolas técnicas e colégios militares. Todos entrariam em uma carreira federal, com salário pago pelo governo federal. Esse salário seria então reajustado para R$ 9 mil – valor impossível de ser pago hoje pelos municípios. - Essa carreira tem que ser adotada aos poucos, até por que não há jovens em condições de serem professores neste país, mesmo a gente pagando bem. Agora, o professor não é uma entidade que se esgota nela. Cem mil professores equivalem em média a dez mil escolas, em 250 cidades, atendendo a três milhões de crianças.

A gente pode fazer essa revolução imediata em 250 cidades e paulatina no Brasil inteiro – defendeu, descrevendo a segunda ação da proposta: a adesão gradativa de grupos de municípios. Cristovam anunciou ainda que a CE vai promover mais duas audiências públicas para tratar da federalização da educação. Ao todo serão seis encontros da comissão debatendo o tema. A intenção do senador é chegar ao menos a um “acúmulo de idéias” que possa ser apresentado ao governo federal.


fonte: 20o Nucleo do CPERS/SINDICATO

quarta-feira, 12 de junho de 2013

GANHE DINHEIRO PARA SER INFLUENCIADO

Todo mundo sabe que a internet é cheia de novidades, uma mais interessante que a outra. Pois bem, a mais nova novidade, desculpe o pleonasmo, foi necessário, é um site que remunera quem assiste comerciais, isso mesmo, você ganha quando assiste propaganda.

O serviço é chamado de Contplay, uma plataforma onde você se inscreve e ao acessar o site uma quantidade de comerciais fica a sua disposição para assistir, no final de cada comercial uma pergunta é feita para ter certeza que você assistiu realmente, algo do tipo: Qual o comercial que você acabou de assistir, SKY, FIAT OU DO BAR DO TADEU? Respondendo certo você ganha 3 pontos ou mais, depende do anunciante, para acumular e trocar por mercadorias. E não são mercadorias ruins não, são revistas, apps, jornais, livros  entre outros. E quem pensa que terá que assistir propaganda até ficar louco para ganhar alguma coisa, está enganado, por exemplo para ganhar um jornal da Folha de São paulo basta assistir 10 comerciais e acumular 30 pontos, a revista SEXY custa 100 pontos e a veja 120 pontos.

Se você se interessou é só acessar: http://www.contplay.com/pt/index.html

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico

A parábola do taxista e a intolerância. Reflexão a partir de uma conversa no trânsito de São Paulo. A expansão da fé evangélica está mudando “o homem cordial”?
 
ELIANE BRUM Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda(Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br @brumelianebrum

O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões. 

 - Você é evangélico? – ela perguntou. 
 - Sou! – ele respondeu, animado. 
 - De que igreja? 
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve. 
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida? 
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá. 
- Legal. 
- De que religião você é? 
- Eu não tenho religião. Sou ateia. 
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve. 
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia. 
- Deus me livre! 
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha. 
- (riso nervoso). 
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé? 
- Por que as boas ações não salvam. 
- Não? 
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva. 
- Mas eu não quero ser salva. 
- Deus me livre! 
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível. 
- Acho que você é espírita. 
- Não, já disse a você. Sou ateia. 
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar. 
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância? 
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto... 

O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.) 

Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se: 

- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta. 
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la. 
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa. 

Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros. 

Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.

É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país. 

Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó. 

Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova. 

Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta. 

Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.

Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende. 

Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. 

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras) 

Fonte: Revista Época
cada vez mais evangélico A parábola do taxista e a intolerância. Reflexão a partir de uma conversa no trânsito de São Paulo. A expansão da fé evangélica está mudando “o homem cordial”? ELIANE BRUM ELIANE BRUM Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda(Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br @brumelianebrum O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões. - Você é evangélico? – ela perguntou. - Sou! – ele respondeu, animado. - De que igreja? - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve. - Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida? - Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá. - Legal. - De que religião você é? - Eu não tenho religião. Sou ateia. - Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve. - Não, eu não sou religiosa. Sou ateia. - Deus me livre! - Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha. - (riso nervoso). - Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé? - Por que as boas ações não salvam. - Não? - Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva. - Mas eu não quero ser salva. - Deus me livre! - Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível. - Acho que você é espírita. - Não, já disse a você. Sou ateia. - É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar. - Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância? - É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto... O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.) Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se: - Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta. - Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la. Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa. Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros. Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica. É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país. Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó. Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova. Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta. Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum. Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende. Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. (Eliane Brum escreve às segundas-feiras) Fonte: Revista Época

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA OU OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA E OBSOLESCÊNCIA PERCEPTIVA


Sinceramente eu prefiro o termo obsolescência planejada a obsolescência programada, este remete, devido à era em que vivemos, apenas a produtos de informática, enquanto o termo obsolescência planejada nos faz pensar nos desenvolvedores dos produtos em uma mesa planejando quanto tempo o produto deve durar para manter o cliente satisfeito e mesmo assim fazê-lo parar de funcionar o mais rápido possível. Isso mesmo, é exatamente o que significa o termo, vejamos.


OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA é a decisão que o produtor toma de fazer o seu produto durar menos do que poderia, para manter o cliente comprando. Isso mesmo,no mundo moderno os produtos são feitos para durarem menos do que poderiam. Computadores, televisores, geladeiras, celulares, tudo é feito para que durem um certo tempo e depois parem de funcionar. Esse conceito fica fácil de entender se nos remetermos ao primeiro grande caso de obsolescência planejada, o CARTEU PHOEBUS ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Cartel_Phoebus). Antes desse acordo entre os fabricantes de lâmpadas de todo o mundo, cada fabricante tentava fazer suas lâmpadas durarem o maior tempo possível, tanto que nos Estados Unidos tem uma lâmpada famosa que já se encontra acessa por mais de 110 anos ininterruptamente (http://www.youtube.com/watch?v=sbf9Rjvkc0s). Acontece que eles perceberam que isso não era muito bom para os negócios então resolveram baixar o tempo de duração de uma lâmpada para apenas 1000 horas. Essa atitude é tomada para todo produto, tudo é fabricado para durar menos do que poderia para manter o consumidor comprando. Você deve se informar sobre o tema, para mais informações eu sugiro o seguinte documentário espanhol: A História Secreta da Obsolescência Planejada (http://www.youtube.com/watch?v=o0k7UhDpOAo).
OBSOLESCÊNCIA PERCEPTIVA é quando o produto não pode ou não deve ser fabricado para durar pouco, então o produtor convence o consumidor a se desfazer do produto mesmo ainda em bom estado de uso. É o que acontece quando você troca seu celular por outro mais moderno. As empresas de celulares poderiam colocar diversas inovações em seus celulares, mas só as colocam aos pouco, uma de cada vez, assim se continua comprando um modelo novo a cada seis meses, primeiro porque pega rádio FM, depois porque toca mp3, depois porque pode filmar, depois porque pode assistir tv, depois porque tem Bluetooth e assim vamos gastando nosso dinheiro em celulares. A obsolescência perceptiva é ainda mais observada no caso da moda, o consumidor é "obrigado" a trocar constantemente seu produto só porque estar fora de moda. Já perceberam que a moda é cíclica, o que hoje não é moda volta a ser novamente, isso porque já foi um dia. Pois é, a moda é isso.... agora é aquilo.... ops voltou a ser isso ..... isso tá fora de moda, só estar na moda quem usa aquilo, tudo isso para se continuar comprando. Então consumidores na próxima vez em que trocar seu produto por um novo, lembre que você talvez esteja fazendo apenas aquilo que foi planejado, programado, não seja um robô, não seja uma vítima desse mundo consumista.